O Governo do Estado realizou na última sexta-feira dia 17 a plenária de escuta popular do Plano Plurianual Participativo, na Escola Bosque, Vila Progresso, Bailique. O PPA é exigido por lei, ele tem como objetivo planejar ações que vão beneficiar a população, nele o Governo define ações de acordo com a sua capacidade orçamentaria e financeira para um período de quatro anos. O PPA passa por 3 etapas: as Plenárias de Escuta Popular em cada município, as Conferencias Regionais de Priorização e uma Assembleia Estadual para referendar a versão final, depois de pronto o PPA é encaminhado para a apreciação dos deputados na Assembleia Legislativa.
Foto 1: Malocão da Escola Bosque com população esperando o começo da PPA Participatido.
No Bailique o evento ocorreu com atrasos, depois de muita espera pela chegada do Governador Camilo Capiberibe no local do evento, primeiramente ele inaugurou uma nova maloca nas dependências da Escola Bosque. Estrutura esse que recebeu o evento do PPA.
A expectativa era de casa cheia, pois a população do Bailique ansiava pela presença do Governador na região, no entanto não houve o comparecimento em massa da população bailiquense. Um dos fatores que pode ter contribuído para isso é as longas distâncias das comunidades até a Vila Progresso, sem contar o fator maré, principal fator que deve ser sempre levado em consideração na realização de eventos no arquipélago do Bailique. Vale ressaltar que os barcos que realizam o transporte dos alunos da Escola Bosque estavam à disposição para trazer e levar a população que vinha participar do evento, mas mesmo assim não influenciou o bastante para que o evento fosse mais prestigiado pela população local.
Foto 2: Depois de muito espera, chegado do Governador no Bailique.
O inicio do evento já se deu quase no horário do almoço com a reunião das caravanas conduzida pelo próprio Governador, onde a população local se manifestou e questionava sobre diversos temas, em seguida o Governador repassava os questionamentos para os Secretários de Estado que estavam presente para que pudessem responder os anseios da população local. Nesse momento do evento vimos o quanto as nossas organizações sociais e a população em geral precisa amadurecer a sua discussão política. Na verdade nesse momento houve uma sabatinação como antigamente os professores faziam com seus alunos, e pouca discussão política entre sociedade civil e poder público. Isso serve como reflexão para lideranças comunitárias, presidentes de associações, professores, estudantes, grupos de mulheres e população em geral. Será que vamos só ficar pedindo, implorando, chorando ou vamos discutir política pública?
Foto 3: Plenária do PPA Participativo na Escola Bosque, Vila Progresso, Bailique.
O segundo momento do evento foi a escuta popular, onde os presentes foram organizados em grupo, para debater as suas expectativas referentes ao novo governo e as atividades e potencialidades da região que a população considerava como prioridade. Nesse momento o que vale registrar como ponto de vista positivo foi à aplicação da metodologia participativa desenvolvida pelos moderadores do evento e a oportunidade que foi dada a população de ser escutada e ouvida pelo poder público. No entanto como disse anteriormente há uma necessidade critica de um amadurecimento da discussão política, situação essa que poderia ter sido amenizada uma vez que as organizações locais promovessem discussões locais sobre o PPA antecipadamente em suas comunidades, para que quando chegassem ao evento pudessem contribuir melhor tanto para o evento como para a sua região.
Foto 4: Escutar popular do PPA, pequenos grupos discutindo prioridades e potencialidades do Bailique.
Sendo assim, o PPA no arquipélago do Bailique foi um momento importante para o debate de politicas públicas para a região, porém foi um debate puramente assistencialista.
Nós temos que contribuir na udança desta realidade ...a transformação social esperada pela ATER perpassa por esse amadureciemento das lideranças no que se refere a organização,formação e gestão, bem como o nosso próprio amadureceminto fazendo parte da realidade local e nos enxergando como agentes transformadores.
ResponderExcluirRafaella Damasceno
Extensionista Florestal